PCD reflete em
Conferência de Imprensa
sobre o actual estado da
nação e da governação em
São Tomé e Príncipe
JT:
29.04.2016 -
Numa
Conferência de Imprensa
dada na manhã desta
sexta-feira na bancada
parlamentar do PCD no
Palácio dos Congressos,
o Partido PCD através do
seu líder, Arlindo
Carvalho (na
foto),
teceu algumas
considerações sobre o
actual estado da nação e
da governação que se tem
vivido nos últimos
tempos em São Tomé e
Príncipe, conforme o
teor da conferência de
imprensa a seguir:
Conferência de Imprensa
Enquanto a Nação assiste
ao presente discurso
eleitoral, há um grande
número de preocupações
de cuja solução depende
a estabilidade e o
futuro do país como um
todo, e que aguardam uma
reflexão aprofundada e
séria.
O PCD acompanhou com
muita atenção a
declaração de Sua
Excelência o Presidente
da República
relativamente as
condições prévias
requeridas pela Comissão
Eleitoral Nacional para
a marcação e efectivação
das eleições
presidenciais; acresce a
estas, a inquietação
pelo facto de se ter
vindo a ignorar as
preocupações do PCD
claramente manifestadas
no quadro da Assembleia
Nacional sobre as
condições de
funcionamento do atual
Tribunal Constitucional.
Com efeito, este órgão é
o mais alto órgão
judicial do país, a quem
cabe apreciar e dirimir
qualquer conflito que
possa ocorrer na
interpretação de tudo o
que tem a ver com o
Estado, sua Estrutura,
Organização e
Funcionamento.
Entretanto, este
Tribunal não está
devidamente composto e
desde a sua instalação,
tem funcionado sem lei
inerente à sua
organização o que é
extremamente grave para
a nossa democracia.
É de sublinhar que um
dos elementos que fora
indicado anteriormente
pela Assembleia Nacional
para integrar o Tribunal
Constitucional
encontra-se jubilado há
cerca de três anos. Na
legislatura atual, já
nessa condição, o mesmo
foi eleito pela maioria
parlamentar do ADI para
o Conselho Superior de
Magistratura Judicial
mantendo ainda assento
no Tribunal
Constitucional, o que é
ilegal, e
inconstitucional. Sendo
o tribunal
constitucional um
tribunal eleitoral
superior, não se
compreende que as portas
das eleições
presidências, esse
tribunal que é o mais
alto órgão do estado
para fiscalização das
eleições, não esteja
devidamente composto, em
cumprimento do artigo
132º da constituição.
Torna-se necessário
compor este Tribunal de
forma a garantir a
lisura e a transparência
de todo o processo
eleitoral.
No que concerne ao
Tribunal Judicial o PCD
considera que é prudente
que haja inspeções
regulares ao Tribunal de
modo a ajudar a melhorar
a eficiência e a
qualidade dos trabalhos
ali realizados. O PCD
alerta para a
necessidade de prevenir
os tribunais de
eventuais intromissões
do governo na gestão do
poder judicial. De
resto, como é que se
poderá compreender que
no Seminário
recentemente organizado
sobre a reforma dos
Tribunais, tenha sido o
Primeiro-Ministro a
presidir a sessão de
abertura e o Ministro da
Presidência do Conselho
de Ministros, a presidir
a sessão de enceramento,
estando presentes em
ambas sessões o
Presidente do Tribunal
Supremo e os seus pares?
Isto revela no mínimo
uma supremacia, de
facto, do governo em
relação aos tribunais.
A economia do país vai
de mal a pior. Dizem-nos
os cidadãos santomenses
sinceros que esperavam
que as promessas deste
governo, uma vez
materializadas, poderiam
contribuir para melhoria
das suas condições de
vida. Contrariamente ao
que se tem propalado, o
que se verifica é que o
poder de compra baixou
consideravelmente, os
empresários estão
descapitalizados e as
empresas estão entrando
em falência. Por outro
lado a produtividade
baixou drasticamente e
nota-se uma redução
significava das
importações. O país está
parado. O dinheiro
circula de forma
restrita sobretudo nas
mãos de alguns
dirigentes e militantes
do ADI.
Já a meio do segundo ano
do presente mandato não
se vislumbram sinais de
que o governo seja capaz
de implementar os tão
propalados projetos
estruturantes para
cumprir com as promessas
de desenvolvimento de
emprego prometido aos
jovens.
Enquanto o custo do
petróleo vem caindo
significativamente no
mercado internacional, o
governo mantém alto o
preço de venda dos
combustíveis no mercado
nacional contribuindo
deste modo para agravar
a situação de vida dos
são-tomenses. A este
respeito o PCD exorta o
Governo a negociar com a
ENCO a baixa do preço da
gasolina, do gasóleo e
do petróleo. O PCD
acredita que esta ação
iria ao encontro dos
anseios e das
expectativas dos
operadores económicos e
seria um importante
contributo para o alívio
do sofrimento dos
pescadores, dos
agricultores, dos
taxistas, dos
motoqueiros, das palaiês,
dos jovens desempregados
e da população em
geral.
Enquanto se esperava a
entrada dos prometidos
milhões de dólares para
a construção do sonhado
“Dubai ”, o governo que
se diz primar pela
transparência, revela-se
cada vez mais obscuro na
gestão da coisa pública.
A ambição do
Primeiro-Ministro para a
usurpação de poderes dos
outros órgãos de
soberania está de acordo
com uma mentalidade
antidemocrática e poderá
colocar seriamente em
risco a democracia em
São Tomé e Príncipe.
O caso mais recente é o
da tentativa da reforma
monetária, que o governo
assumiu unilateralmente
chamando a si
competências exclusivas
da Assembleia Nacional
sem que para tal
obtivesse a necessária
autorização legislativa.
O mais grave ainda é o
facto de se ter pago a
emissão das notas sem
base legal. Qual é a
motivação por detrás da
tomada de uma decisão de
tamanha importância de
forma tão camuflada?
O PCD entende que uma
decisão desta natureza,
carece de autorização
legislativa para o
efeito, deve ser
precedida de um debate
parlamentar e de
campanhas de
sensibilização da
população. Tratando-se
de uma questão complexa
de política monetária
deve ser de igual modo
discutida com os nossos
parceiros internacionais
mormente o Banco
Mundial, o Fundo
Monetário Internacional,
o BAD, e a União
Europeia, esta última
tendo em consideração a
ancoragem da Dobra ao
Euro, de modo a
refletirmos em conjunto
acerca do impacto desta
decisão. O corte de três
zeros nas notas implica
que por exemplo alguém
que tenha como salário
um milhão de dobras
passará a ganhar mil
dobras o que obrigará a
que as pessoas estejam
munidas de informação
para uma melhor gestão
do seu rendimento para
além do risco de aumento
da inflação e de
eventuais derrapagens
com consequências
imprevisíveis para a
economia nacional.
A eficácia da política
monetária a partir do
suposto sinal de
estabilidade só é
possível quando é
articulada com as
medidas de reformas
estruturais do sistema
económico e social que
garanta uma maior
produtividade dos
fatores de produção, a
internalização da
capacidade de produção e
o reequilíbrio das
contas externas no atual
contexto de dependência
e de endividamento.
Ouvimos falar do SPT in
London realizada em
2015. Passado que foi
quase um ano a grande
maioria dos são-tomenses
desafia o governo a
apresentar os resultados
visíveis da tão
propalada Conferência
Internacional de
doadores.
O governo elegeu ENERGIA
E ÁGUA como apostas
desta governação. Porém
o que temos vindo a
assistir é uma manifesta
incapacidade e
incompetência ao nível
destes sectores como
nunca visto nos últimos
tempos. Não obstante os
cortes de energia cada
vez mais e mais
constantes o custo
enorme das faturas da
EMAE continua a
surpreender os cidadãos.
Facto para perguntar;
por onde andam os
motores que chegaram ao
país com pompa e
circunstância? Será que
se comprou gato por
lebre? Ou será o
resultado da aposta do
governo na
marginalização de
quadros com reconhecida
competência técnica em
vários sectores da vida
nacional e, neste caso,
na própria EMAE?
A ÁGUA é cada vez mais
uma miragem para muitos
não obstante uma
excessiva propaganda
tentando passar a ideia
de que o problema está
resolvido. Que dizer
para confortar as
populações de Santana,
Algés, São Finícia Riba
Mato, Almas, Praia
melão, Pantufo, Praia
Gamboa, Micoló, Madre
Deus, Bairro do
Hospital, Quinta de
Santo António, enfim a
cidade capital e
arredores isto para
citar algumas das muitas
localidades no país
inteiro onde as
populações sofrem de
penúria da água que a
cada dia se agrava.
Num dos seus vários
discursos o Chefe do
Governo afirmou que a
intervenção nas estradas
seria objeto de
tratamento especial. As
estradas do país
requerem intervenção de
fundo e não tapa furos.
O elevado custo com a
reposição das peças de
automóveis e o impacto
dos buracos na estrada
na saúde das populações
não se compadece com o
aumento galopante do
custo dos medicamentos
no mercado nacional.
A não implementação de
uma POLÍTICA DE HIGIENE
E SANEAMENTO coerente,
especialmente de recolha
e de tratamento de lixo
coloca a imagem da
cidade capital em estado
lastimável. A situação é
tão grave que o próprio
Presidente da Câmara
Distrital de Água Grande
veio acusar o governo de
ser um fator de
bloqueio.
Enfim, factos para se
perceber que o partido
que sustenta o governo
enganou a população
prometendo Dubai e
oferecendo mais
escuridão, mais
exclusão, mais falta de
água mais lixo nas
cidades, mais ansiedade,
mais dor, mais
frustração e menos
democracia pois também
Quanto ao PCD
continuamos a assumir
com abnegação a tarefa
histórica de continuar a
lutar para ajudar a
completar, em São Tomé e
Príncipe, o trabalho,
ainda não terminado, de
implantação de uma
democracia que não seja
apenas eleitoral, mas
também política,
económica e social e que
venha em benefício de
todos os cidadãos.
As eleições
presidenciais se
avizinham, o PCD exorta
os seus militantes e
simpatizantes a
manterem-se tranquilos e
vigilantes. O PCD
reitera a posição já
anunciada de apoiar um
candidato que dê
garantias de isenção, de
ser guardião dos valores
da liberdade e da
democracia e de ser um
Presidente de todos
São-Tomenses.
Pela
Redacção do Jornal
Transparência
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