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Conferência de Imprensa promovida pelo Partido MLSTP/PSD

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30.01.2018 - O MLSTP/PSD concedeu uma conferência de imprensa para divulgar a sua posição sobre as recentes negociações feitas sob a égide do Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas para África Central.

O Partido esteve representado por três membros da Comissão Política Nacional, nomeadamente os camaradas Jorge Bom Jesus, Vasco Guiva e Amaro Couto. Logo, no início da referida conferência, foi apresentada uma declaração cujo teor publicamos na íntegra: Declaração do MLSTP/PSD sobre as Negociações mediadas pelo Representante Especial do SG das Nações Unidas.

1.- Gostaríamos, em primeiro lugar, de saudar os senhores jornalistas e técnicos da Comunicação Social presentes;

2.- Esta conferência de imprensa tem, por objectivo, fazer um balanço da participação do MLSTP/PSD nas conversações mantidas pelo Senhor Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas, nos últimos dias, com os órgãos de soberania, os partidos políticos com representação parlamentar e representantes da sociedade civil;

3.- Congratulamo-nos com o expediente feito pela Senhora Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, e que resultou na vinda do emissário do Senhor Secretário Geral das Nações Unidas ao nosso País;

4.- O MLSTP/PSD considera que vivemos um momento de violação da Constituição, por parte do poder instituído no País, e que fomos para as conversações com espírito de abertura, conscientes das nossas responsabilidades políticas e históricas, na defesa intransigente do Estado de direito democrático;

5.- Durante as conversações, o MLSTP/PSD  fez  uma radiografia dos vários episódios que têm vindo a pôr em causa o nosso regime democrático, nomeadamente: - As eleições fraudulentas de 2016, protegidas pelo anterior Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, nas vestes de Tribunal Constitucional, declarando que essas eleições foram normais; - As diversas irregularidades no processo de preparação das eleições deste ano, designadamente, no novo recenseamento eleitoral que diminuiu o número de eleitores em mais de dez mil cidadãos; a opção informática assumida com vício confirmado para permitir o voto do mesmo eleitor, mais de uma vez;

- A criação da nova lei de constituição da Comissão Eleitoral Nacional, que o poder pretende ser composta apenas pelos membros indicados pelo ADI; - A manipulação e a censura vergonhosa e permanente, que se verifica ao nível da TVS e da Rádio Nacional; - O desrespeito pelo princípio constitucional de separação de poderes; - A existência de uma força privada de segurança do Senhor Primeiro Ministro, instalada na sua residência na Praia das Conchas, formada com o apoio de instrutores ruandeses; - A parcialidade do Ministério Público que não movimenta as queixa introduzida contra o Senhor Primeiro Ministro, designadamente o paradeiro dos 30 milhões de dólares recebidos por empréstimo de uma empresa chinesa; a situação dos catamarãs, e o caso de lavagem de dinheiro envolvendo o Banco BGFI. 6.- Em termos gerais, como propostas para a normalização constitucional no País, o MLSTP/PSD colocou sobre a mesa: - O respeito escrupuloso da Constituição, mediante a aplicação do acórdão do Tribunal Constitucional que declara inconstitucional determinada disposições da lei que institui o Tribunal Constitucional autónomo; - Expurgar da lei que cria o Tribunal Constitucional, as inconstitucionalidades declaradas pelo Tribunal Constitucional; - A necessidade de uma auditoria independente ao sistema informático e a base de dados do novo recenseamento eleitoral de raiz; - Existência de pluralismo na TVS e Rádio Nacional, permitindo melhor acesso da oposição e o exercício do contraditório democrático.

7.- Na quarta-feira última, a saída do encontro com o Senhor Presidente da Assembleia Nacional, o Senhor Representante Especial das Nações sublinhou a necessidade do respeito pela Constituição e apelou a todas as partes, incluindo a maioria parlamentar e a oposição, para encontrarem um compromisso que evitasse a deterioração da situação.A sessão da tarde do mesmo dia, foi inconclusiva, pois, não se registou qualquer avanço. Entretanto, durante a noite de quarta-feira, foi solicitada à oposição a elaboração de um compromisso que permitisse ao Senhor Representante Especial das Nações Unidas fazer avanços no processo negocial.

Ao meio dia de quinta-feira, este compromisso foi apresentado ao Senhor Representante Especial das Nações Unidas, e negociado com o mesmo, ficando implícito que as condições prévias na nossa proposta mereceriam diligências das Nações Unidas junto a outros parceiros e ao Governo no sentido da sua concretização. Referimos concretamente a auditoria ao sistema informático do recenseamento de raiz, o acesso à Comunicação Social pública, o respeito pelo Estatuto da Oposição e a reforma dos tribunais. Cerca das 17:00 horas, o Senhor Representante Especial das Nações Unidas voltou a negociar com a oposição uma nova alteração dos termos do compromisso apresentado, que iria ser submetido ao Governo na última audiência com este órgão, e cujos resultados nos seriam transmitidos através de uma declaração pública. Infelizmente, fomos surpreendidos com a sua partida, na mesma noite, e a tomada de posse dos juízes do dito Tribunal Constitucional na manhã de sexta-feira.

Ficamos, igualmente, surpreendidos, com o teor do comunicado de imprensa do Governo que não reflecte o espirito que norteou as negociações e tenta, mais uma vez, distorcer os factos perante a opinião pública nacional e internacional.

8.- Felicitamos a disponibilidade dos representantes da Comunidade Internacional, aqui acreditados, para ouvir o nosso alerta quanto aos riscos de deriva para uma ditadura em São Tomé e Príncipe. Desejamos que os esforços da Comunidade Internacional e, especialmente, os assumidos pelas Nações Unidas, evoluam para a realização de conversações reais entre a oposição e o ADI.

Lamentamos a viagem do Senhor Representante Especial das Nações Unidas, sem qualquer declaração final à imprensa. 9.- As nossas conclusões: - Queremos nos congratular com o facto da Comunidade Internacional atender ao nosso grito de alerta, e o Senhor Secretário Geral das Nações Unidas ter feito deslocar o seu emissário ao nosso País. O que revela, ao contrário da versão do Governo, que há de facto sinais que põem em causa os princípios democráticos e a paz social em São Tomé e Príncipe; - Agradecemos a abertura manifestada pelas Nações Unidas e todos os membros do corpo diplomático no País, que aceitaram ouvir os nossos argumentos;

- Renovamos o nosso apreço pela disponibilidade e diligências das Nações Unidas. Desejamos que o comprometimento das Nações Unidas prossigam, para a valorização do diálogo como meio para o entendimento com vista a solução dos principais problemas enumerados; - Repudiamos a atitude antidemocrática do poder que, desrespeitando a missão de bons ofícios do Senhor Representante Especial das Nações Unidas e os princípios elementares de qualquer negociação, contra tudo e todos, avançou com a cerimónia ilegal de posse dos cinco juízes; - O MLSTP/PSD reitera a sua concordância com a instalação do Tribunal Constitucional autónomo, desde que seja respeitada a Constituição da República;

- O MLSTP/PSD considera estranho e preocupante, o silêncio que se regista por parte do Senhor Presidente da República, que deveria ter a obrigação de velar pelo cumprimento escrupuloso da Constituição. Este silêncio é, no mínimo, revelador da sua postura de subalternização face ao líder do ADI. - Queremos dizer ao Povo de São Tomé e Príncipe e aos eleitores do nosso País, que o ADI tem vindo a violar a nossa Constituição, o que é pecado imperdoável porque prejudica os direitos e liberdades que a mesma Constituição atribui a cada um de nós. - O MLSTP/PSD reafirma o seu compromisso solene de continuar a lutar pela defesa da democracia e dos supremos interesses do Povo de São Tomé e Príncipe, utilizando todas as vias legais. São Tomé, aos 27 de Janeiro de 2018.

Pela redacção do Jornal Transparência

 

 

 

 

 

 

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