Florestas denuncia abate
ilegal
de árvores em São Tomé
21.02.2024 -
A direção das Florestas
são-tomense denunciou
hoje o abate ilegal de
árvores em grande
proporção em São Tomé,
apesar da intensificação
das campanhas de
sensibilização e
fiscalização promovidas
pela instituição.
"Infelizmente ainda
continua havendo o abate
ilegal de árvores e em
grande proporção",
sublinhou o diretor das
Florestas e
Biodiversidade de São
Tomé e Príncipe, em
declarações à
Lusa.Segundo Adilson da
Mata, "não tem havido
uma diminuição de abate
das árvores", devido a
"várias conjunturas",
como o recurso às
tecnologias por parte
dos infratores para
controlar as equipas de
fiscalização.
"Os infratores agora
deixam destacados em
quase todos os pontos
alguém com um telemóvel
e, qualquer movimentação
que esta pessoa nota,
quem está no terreno, já
é informado [...] O mais
curioso é que, mesmo
aqui à frente da nossa
direção, também existe
espiões que ficam aqui a
notar a nossa
movimentação", disse
Adilson da Mata.
No entanto, o
responsável assegurou
que a direção das
Florestas vai
"intensificar mais o
patrulhamento nas
estradas" e apostar na
sensibilização,
particularmente das
crianças para a
diminuição do abate de
árvores, apontando a
existência de "uma
pirâmide" com
envolvimento de vários
setores da sociedade que
contribuem para a
continuidade desta
prática.
Comercialização"Existem
pessoas cá na cidade que
financiam, existe um
grupo de pessoas que vão
e trabalham com a
motosserra, existe um
outro grupo de pessoas
que transportam [os
materiais ilegais], mas
existe a população em
geral que compra [...]
quando a procura
aumenta, logo os
infratores são aliciados
a irem para lugares mais
longínquos à procura [de
árvores para abater]",
frisou.
Segundo Adilson da Mata,
os postos de venda de
materiais de madeira,
embora legalizados,
também têm feito a
comercialização de
árvores abatidas sem
autorização, mas a
equipa de fiscalização
não consegue fazer a
apreensão nem
aplicar-lhes sanções,
porque estas madeiras
ficam escondidas no
interior da residência
das pessoas, aonde os
fiscais não têm
autorização para entrar.
No entanto, o diretor
das Florestas disse que
a instituição está a
apostar "na qualidade da
restauração"
paisagística, defendendo
que é preciso haver
continuidade no processo
para que as áreas já
restauradas não sejam
novamente devastadas.
A direção tem um plano
já elaborado que define,
"em cada paisagem, que
tipo de restauração deve
ser feita", tendo já
alcançado mais de 10 mil
hectares, e prevendo 12
mil até ao próximo ano e
cerca de 36 mil hectares
até 2030.
Adilson da Mata adiantou
que, assim como no ano
passado, durante o mês
de março serão suspensas
todas as atividades de
abate, serragem e
transporte de árvores,
por ocasião do Dia
Mundial da
Biodiversidade, que se
assinala a 21 de março.
Durante este período,
Adilson da Mata
assegurou que vão ser
intensificadas as ações
de plantios e
sensibilização sobre a
importância da
biodiversidade.
Lusa