Governo insiste que não
efectuará
aumento salarial em 2024
04.03.2024 -
O Governo são-tomense
avisou que não fará
aumento do salário para
nenhum setor da função
pública em 2024 devido
aos compromissos com o
Fundo Monetário
Internacional e lamentou
a greve geral iniciada
pelos professores.
“Não há
aumento salarial para
ninguém no ano económico
2024, isso foi dito
desde novembro de 2023”,
sublinhou o ministro das
Finanças de São Tomé e
Príncipe, Ginésio da
Mata, em reação à greve
dos professores que
exigem aumento do
salário de base de 2.500
para 10 mil dobras,
cerca de 100 para 400
euros.
Ginésio
da Mata apelou aos
líderes sindicais “para
de forma consciente se
responsabilizem das suas
ações, porque se o
Governo não atende ao
pedido que é feito não é
porque não tem vontade
de o fazer, mas é porque
o país não reúne
condições para o
fazer”.No entanto, o
ministro das Finanças
sublinhou que o
Orçamento de 2024 já tem
a dotação para o
pagamento pela primeira
vez do subsídio de
férias e o subsídio de
natal ou décimo terceiro
mês a todos os
funcionários públicos.
“Todos os
funcionários de Estado
terão esta certeza de
que durante o ano vai
ter não 12 mensalidades,
mas 14. Isso foi
explicado e está
considerado”, assegurou
o Governante.No caso dos
professores, Ginésio da
Mata assegurou ainda que
o Governo vai iniciar
este ano a regularização
das promoções de carreia
docente que estava
congelada desde 2013,
por isso não é possível
“no mesmo exercício
económico” fazer a
“atualização do salário
e muito menos ainda na
proporção que está a
sendo exigida”.
A
ministra da Educação,
Isabel D’Abreu sublinhou
que a reivindicação dos
professores “teve um
tratamento imediato”,
considerando que dos 22
pontos do caderno
reivindicativo
apresentado em principio
de dezembro, 17 foram
resolvidos porque o
Ministério já tinha uma
organização para o
efeito, incluindo a
construção e melhoria de
infraestruturas e
promoção dos professores
que estão há 15 anos no
sistema.
Isabel
D’Abreu disse, que não
havendo possibilidade de
aumento do salário, o
Governo admitiu vários
aumentos e novos
subsídios, nomeadamente
de deslocação,
isolamento e aumento
pagamento das horas
letivas, principalmente
aos professores do
ensino básico, mas os
representantes da
intersindical não
aceitaram.
"Deixarmos crianças sem
aulas é um caos"“Hoje em
dia, deixarmos essas
crianças sem aulas é um
caos”, admitiu a
ministra da Educação, a
baixo nível de “nível de
aprendizagem” bem como
“o tipo de professores”
que estão no sistema,
mas que apresentam
“muitas dificuldades”,
dos quais cerca de 300
recebem formação
complementar para
aperfeiçoamento
pedagógico.
Segundo a
ministra por causa da
greve cerca de 80.843
crianças poderão ficam
em casa, sem data de
regressar as aulas, o
que será um
constrangimento também
os país e encarregados
de educação.As escolas
são-tomense estiveram
com salas vazias,
professores concentrados
em pequenos grupos,
empunhando cartazes com
frases de
descontentamento e
reivindicação do aumento
salarial, marcando o
primeiro dia de greve,
com quase 100% de
adesão, segundo o
sindicato.
A
porta-voz dos quatro
sindicatos dos docentes
apelou aos colegas para
se manterem firmes com o
protesto.“A luta é
nossa, nós não estamos
contra ninguém, apenas
estamos a defender os
nossos direitos e a
nossa situação atual que
não é nada favorável,
principalmente
financeira”, apelou Vera
Lombá.Ao executivo, Vera
Lombá deixou uma
mensagem de abertura ao
diálogo.“Que não nos
veja como inimigos,
apenas estamos a gritar
por algo que nós temos
direito, que já há muito
tempo nos está a ser
negado”, disse a líder
sindical. (Lusa)