Judo são-tomense promove
valores de cidadania
e quer medalhas
internacionais
02.04.2024 -
A
associação já organizou
mais de 15 competições
na ilha do Príncipe e
três campeonatos
nacionais, tendo
envolvido mais de 600
pessoas na pratica do
judo em São Tomé e
Príncipe no ano passado.
A
Associação de Judo de
São Tomé e Príncipe,
fundada por um
português, na ilha do
Príncipe, quer
conquistar este ano as
primeiras medalhas
internacionais, no
projeto que desde 2016
promove valores de
cidadania para o
desenvolvimento da
juventude.
André
Rosa é o mentor do
projeto que surgiu face
às necessidades de
ocupação dos tempos
livres das crianças e
jovens da ilha do
Príncipe, mas depois se
expandiu para a ilha de
São Tomé, totalizando
atualmente quatro
escolas no arquipélago,
que, no ano passado,
acolheram mais de 600
pessoas na prática da
modalidade.
“Nós no
judo trabalhamos
competências de
desenvolvimento pessoal,
como a amizade, a
coragem, o autocontrolo,
o respeito pelos outros,
e isso são competências
fundamentais, não só
dentro do judo, mas
também fora do judo,
[…]. Também são
ferramentas fundamentais
para serem boas
pessoas”, sublinhou o
presidente da Associação
Judo Global de São Tomé
e Príncipe.
A
associação já organizou
mais de 15 competições
na ilha do Príncipe e
três campeonatos
nacionais, tendo
envolvido mais de 600
pessoas na pratica do
judo em São Tomé e
Príncipe no ano passado.
“Quando
nós competimos temos que
colocar em prova a nossa
capacidade de lidar com
a derrota, lidar com a
vitória, saber criar
objetivos, saber lidar
com o público e tudo
isso é muito importante
para nós aprendermos no
desporto para depois
usar no nosso
dia-a-dia”,
acrescentou.Em 2022 a
associação foi
reconhecida pelo Comité
Olímpico Nacional de São
Tomé e Príncipe enquanto
Federação Nacional de
Judo, passando a
representar o país
internacionalmente ao
nível desta modalidade.
“Nós
somos muito gratos por
esse voto de confiança
que o Comité Olímpico
nos deu [….] e com isso
pudemos ter as primeiras
participações
internacionais do judo e
São Tomé e Príncipe já
esteve representado em
várias competições”.Em
abril, seis atletas
são-tomenses vão
participar numa
competição internacional
de judo em Luanda,
Angola, e André Rosa
disse espera “alcançar
bons resultados,
orgulhar São Tomé e
Príncipe, representar o
país com honra e
dignidade nessas
competições.
“Acreditamos que este
ano vamos ter a primeira
medalha internacional. É
um desafio bastante
grande, é muito difícil,
o judo é um desporto
bastante competitivo,
mas, pelo potencial que
eu vejo nos jovens que
estão a praticar
connosco, temos mais
instrutores cada vez com
mais experiência,
acredito que em 2024
vamos ter a primeira
medalha internacional”,
admitiu André
Rosa.Nelson Pina tem 18
anos, é natural da ilha
do Príncipe e reparte o
seu tempo entre a escola
e ensino do judo para
crianças dos 4 aos 12
anos na ilha.
“Normalmente, aqui no
Príncipe, não temos
muitas atividades para
as crianças estarem
ativas. Como o André
trouxe essa atividade
para aqui, acho que é
uma boa oportunidade
para as crianças
crescerem futuramente e
serem alguém na vida.
Isso também ajuda
fisicamente e
psicologicamente”,
sublinhou Nelson Pina.
“Alguns
chegaram com
comportamento bruscos,
mas com o decorrer do
tempo foram melhorando”,
acrescentou, apontando o
seu próprio exemplo de
mudança. O bicampeão
nacional de judo
são-tomense será um dos
atletas a representar o
país na próxima
competição internacional
a decorrer em Luanda e
espera arrecadar
medalhas para o país.
O
fundador da Associação
Judo Global de São Tomé
e Príncipe, André Rosa,
salientou que “o
desporto é um excelente
caminho de virtudes, em
que os jovens podem se
manter saudáveis, podem
ter oportunidades de
desenvolvimento, abrir a
sua mente, conhecer o
mundo”, acrescentando
que a associação faz “o
melhor para que isso
seja uma possibilidade”.
(Sapo)