Contacto -: +239  9936802 9952092 transparencia.st@hotmail.com  -

 

Recenseamento automático para São Tomé

e Príncipe desenvolvido em Aveiro

28.08.2025 - A Universidade de Aveiro (UA) está a liderar o desenvolvimento de um sistema de recenseamento eleitoral automático para São Tomé e Príncipe. O projeto deverá estar concluído a tempo das eleições gerais de 2026 e foi recentemente apresentado em São Tomé à Ministra da Justiça, dos Assuntos Parlamentares e dos Direitos da Mulher, Vera Cravid, pelo docente e investigador da UA e responsável técnico pelo sistema, Joaquim Sousa Pinto.

Este projeto, desenvolvido em parceria com a Universidade do Minho (UMinho) e a Direção Geral dos Registos e Notariado de São Tomé e Príncipe, insere-se no âmbito do Projeto de Reforma do Sistema Eleitoral (PReSE), e é financiado pela União Europeia, através do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua.

O novo sistema pretende dar resposta às recomendações emitidas pela Missão de Observação Eleitoral da União Europeia após as eleições legislativas são-tomenses de 2022. Entre as principais recomendações destacam-se a transição para cadernos eleitorais permanentes e a sua atualização automática a partir de bases de dados nacionais como o registo civil, bilhete de identidade e passaporte.

Explica Joaquim Sousa Pinto que o sistema em desenvolvimento permitirá não só o uso do Bilhete de Identidade como documento de identificação eleitoral, como adicionar automaticamente, de forma contínua e segura, novos eleitores (cidadãos que atinjam a idade eleitoral ou que se naturalizem) e eliminar, para fins eleitorais, os registos de cidadãos falecidos, mantendo os dados históricos.

“O processo implica a criação de comunicações automáticas entre sistemas institucionais, baseadas em tecnologia de comunicação machine-to-machine (M2M)”, esclarece.

De acordo com Joaquim Sousa Pinto, a Universidade de Aveiro, que já foi responsável pelo software do registo civil, tem a seu cargo o desenvolvimento do software de ligação com o sistema de registo civil (o bilhete de identidade também está informatizado), bem como o desenho das interfaces de apoio aos cidadãos, como uma plataforma online onde cada eleitor poderá consultar a sua mesa de voto.

Adicionalmente, será criada uma aplicação móvel que permitirá às mesas de voto introduzir os resultados eleitorais e anexar digitalmente o edital de apuramento, com validações automáticas que ajudam a garantir a legibilidade e a integridade da informação.

Face à necessidade de garantir sustentabilidade técnica futura, a UA irá promover, já a partir desta segunda-feira, 1 de setembro, uma ação de formação dirigida aos técnicos nacionais de São Tomé e Príncipe, capacitando-os para operar e fazer evoluir os sistemas desenvolvidos — uma componente não inicialmente prevista, mas integrada após avaliação local, adianta Joaquim Sousa Pinto.

Por seu lado, a Universidade do Minho assegura a componente legislativa do projeto, trabalhando na revisão e adaptação da legislação eleitoral nacional para incorporar as alterações tecnológicas e processuais introduzidas.

Este projeto representa um avanço significativo para a autonomia democrática de São Tomé e Príncipe, ao permitir que o país possa organizar processos eleitorais sem dependência externa, com maior transparência e previsibilidade.

TN - Fim

 

 

 

 

Diário de São Tomé e Príncipe - Jornal Transparência | Todo Direito reservado | Rua 3 de Fevereiro - São Tomé | 

 São Tomé e Príncipe | transparencia.st@hotmail.com - (00239) - 9936802 - 9952092 - Webmaster JS 


Ir ao top^