São Tomé pede
continuidade de apoio às
fileiras agrícolas de
exportação

30.06.2025 -
O ministro da
agricultura são-tomense
pediu à União Europeia e
a Portugal a segunda
fase do Projeto de Apoio
às Fileiras Agrícolas de
Exportação (PAFAE) que
terminou na sexta-feira,
após quatro anos, com
"avanços" no setor
agrícola do arquipélago.
"Em nome do Governo de
São Tomé e Príncipe,
reafirmo o nosso desejo
e necessidade de um
PAFAE II, uma nova fase
que permita aprofundar e
consolidar as conquistas
obtidas. Mas até lá,
gostaríamos igualmente
de contar com o apoio de
Portugal em financiar o
'projeto ponte' para que
as atividades não sejam
interrompidas no
terreno", apelou Nilton
Garrido.
O ministro da
Agricultura,
Desenvolvimento Rural e
Pesca de São Tomé e
Príncipe, falava, na
sexta-feira, durante a
cerimónia de
encerramento oficial do
PAFAE, tendo realçado
que o projeto trouxe
"vários avanços para o
setor agrícola do país,
entre os quais a
renovação de plantações,
nomeadamente 108
hectares de cacauzal, 36
hectares de cafezal e
mais de dois hectares de
pimenta.
Acrescentou ainda a
capacitação de mais de
1.700 produtores ao
nível nacional,
incluindo os
intercâmbios
internacionais e
nacionais, a produção de
conteúdos técnicos e
pedagógicos,
nomeadamente cerca de
sete manuais técnicos,
um manual de boas
práticas agroecológicas
e o primeiro guia
sensorial de cacau em
São Tomé e Príncipe.
Por outro lado, segundo
o governante
são-tomense, o projeto
contribui para a
promoção da equidade de
género, com formação de
quatro comités e
realização de 70 sessões
comunitárias,
investimentos em
infraestruturas
agrícolas, melhoria de
centros de processamento
da pimenta, instalação
de sistema de rega, da
central fotovoltaica do
Centro de Investigação
Agro-Tecnologica (CIAT),
e construção de
secadores melhorados.
Outros avanços
destacados por Nilton
Garrido, incluem a
legalização de 36
associações, com reforço
das suas competências
nacionais, criação da
primeira associação de
orto-biológico, a
realização de 20 edições
de feiras de produtos
biológicos, subvenções
de mais de 500 mil euros
à associações,
cooperativas e micro
empreendedores.
"O PAFAE é um dos
melhores projetos de
cooperação em São Tomé e
Príncipe e produziu
excelentes resultados
que são visíveis,
multifacetados e
mensuráveis", sublinhou
o embaixador de Portugal
em São Tomé e Príncipe,
Luís Leandro da Silva.
O diplomata português
destacou que "a
agricultura é um setor
fundamental para o
desenvolvimento
económico de São Tomé e
Príncipe e que o PAFAE
fez uma verdadeira
diferença na vida dos
produtores do cacau, do
café, da pimenta e do
coco deste país [...],
ajudou a agricultura de
São Tomé e Príncipe a
ficar mais forte, mais
resiliente e mais
atrativa".
Luís Leandro da Silva
acrescentou que "o PAFAE
deixa por isso um legado
muito importante" e
prometeu trabalhar "para
que ele não termine aqui
e que possa vir
desejavelmente a ter um
próximo ciclo".
O PAFAE foi
co-financiado em 4,8
milhões de euros pela
União Europeia (UE) e
pela Cooperação
Portuguesa, e executado
pelo Instituto Marquês
de Vale Flor (IMVF) em
parceria com o
Ministério da
Agricultura,
Desenvolvimento Rural e
Pescas de São Tomé e
Príncipe.
"Este é um trabalho
coletivo, os resultados
são fruto de um esforço
coletivo e digo-vos que
acho que todos, sem
excluir ninguém, todos
devemos estar muito
orgulhosos da caminhada
que fizemos", vincou a
administradora executiva
do IMVF, Carolina Quina.
Lusa/Fim
