São Tomé e Príncipe
precisa de 425ME para
desenvolvimento nos
próximos três anos

02.07.2025 -
São Tomé e Príncipe está
a ultimar um programa
nacional de
desenvolvimento para o
período 2025-2029 que
exige um financiamento
de cerca de 425 milhões
de euros para os
próximos três anos,
disse hoje o Governo.
O plano, em fase de
finalização, “precisa de
um financiamento de 500
milhões de dólares”
(cerca de 425 milhões de
euros), focados na
formação de recursos
humanos, no crescimento
“sustentável e
inclusivo”, na resposta
aos impactos das
alterações climáticas e
na reforma do Estado,
disse a ministra de
Estado, Negócios
Estrangeiros, Cooperação
e Comunidades de São
Tomé e Príncipe, Ilza
Amado Vaz.
A ministra falava em
Sevilha, no plenário da
IV Conferência
Internacional sobre
Financiamento para o
Desenvolvimento das
Nações Unidas, que
decorre na cidade
espanhola até
quinta-feira.Ilza Amado
Vaz sublinhou que no
mundo atual, marcado por
tensões geopolíticas e
económicas crescentes,
conflitos armados,
aumento dos extremismos
e contração da ajuda
pública internacional ao
desenvolvimento, os
países mais vulneráveis
são os que sofrem mais
impactos.
Juntam-se as
“vulnerabilidades
estruturais” de países
como São Tomé e
Príncipe, um pequeno
Estado insular em vias
de desenvolvimento,
cujas fragilidades são
agravadas pelos “choques
climáticos e económicos
repetidos”.
“Mais de 80% da nossa
esconomia está exposta”
aos impactos do clima,
disse a ministra
são-tomense, que se
dirigia a uma plateia
onde estão representados
192 dos 193 países da
ONU.
Ilza Amado Vaz realçou
que esses impactos
colocam em perigo os
esforços de redução da
pobreza e limitam a
capacidade de resposta
do Estado às
necessidades
fundamentais da
população e pediu “Uma
mudança de paradigma” na
cooperação internacional
e no acesso a recursos
para financiar o
desenvolvimento.
A ministra sublinhou
que, apesar do
“potencial estratégico”,
da “estabilidade
política”, da população
jovem, da
“biodiversidade
excecional” e da posição
geográfica vantajosa no
Golfo da Guiné,
persistem as
vulnerabilidades
estruturias em São Tomé
e Príncipe.Para o
Governo são-tomense, os
países em
desenvolvimento e mais
vulneráveis precisam de
ter “acesso simplificado
a instrumentos
multilaterais” que
permitam mobilizar mais
fundos.
A ministra pediu também
que os Pequenos Estados
Insulares em Vias de
Desenvolvimento (SIDS,
na sigla em inglês)
estejam representados de
forma própria nos fóruns
e mesas de negociação
multilaterais, assim
como “a criação de uma
janela permanente de
financiamento” para este
grupo de países.“Não há
progresso se os mais
vulneráveis ficarem para
trás”, afirmou.
A conferência de Sevilha
da ONU sobre
financiamento ao
desenvolvimento ocorre
dez anos após a
anterior, na Etiópia, em
2015. O plenário da
conferência, que termina
na quinta-feira, adotou
formalmente na
segunda-feira, no
arranque dos trabalhos,
o documento “Compromisso
de Sevilha”, um
compromisso para a
próxima década relativo
à cooperação
internacional e ao
financiamento e o
desenvolvimento, que a
ONU calcula ter
atualmente um défice de
quatro biliões de
dólares anuais.
MP // MLLLusa/Fim
