São Tomé acolhe Festival
das Ilhas do Mundo com
reflexões sobre
alterações climáticas e
cultura

07.07.2025 -
São Tomé e Príncipe
acolhe até 12 de julho o
primeiro ‘Festival das
Ilhas do Mundo - Fim do
Mundo’, que começou na
sexta-feira, reunindo
representantes de quatro
países em debates,
palestras e reflexões
sobre as alterações
climáticas e a cultura.
O presidente da
Associação Roça Mundo,
João Carlos Silva, que
organiza o evento,
precisou que o festival
"é o fim do mundo, é o
início do mundo, é o
início de outros mundos
para o futuro”, e será
marcado por vários
painéis para falar
“deste grande problema
mundial”, que são as
alterações climáticas.
João Carlos Silva,
sublinhou que São Tomé e
Príncipe “não está
isolado”, referindo que
“são duas ilhas
pequenas, com muito
pouca população, com
território exíguo, mas
que pagam o mesmo que os
outros países que dão
cabo do oceano, que dão
cabo do mar, dão cabo
das espécies”.
O evento conta com o
alto patrocínio da
Presidência da República
de São Tomé e Príncipe e
enquadra-se no âmbito
dos 50 anos da
independência do
arquipélago, que se vai
assinalar no sábado, 12
de julho.
“Este festival pode ser
visto como uma afirmação
do nosso compromisso com
a cultura como
fundamento da soberania,
com a sustentabilidade
como condição de
sobrevivência e com a
cooperação internacional
entre territórios
insulares como espaço de
participação, inovação e
resistência diante dos
desafios globais do
nosso tempo”, declarou o
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, na
abertura oficial da
iniciativa, que decorre
na Casa das Artes,
Cultura, Ambiente e
Utopia (CACAU), na
capital são-tomense.
O chefe de estado
são-tomense sublinhou
que o festival é
expressão viva da
identidade múltipla e
aberta ao mundo, “feita
de cultura, de memória,
de criatividade, de
ligação profunda à terra
e ao mar”.
“O nome do festival,
‘Fim do Mundo’, pode, à
primeira impressão,
parecer uma provocação,
mas para nós indivíduos,
este fim pode, na
verdade, ser entendido
como um princípio, um
ponto de encontro, um
lugar de resistência, de
criação, de reinvenção
do planeta”, disse Vila
Nova.
“É aqui, nas cidades,
que pulsa uma vitalidade
própria, onde a cultura
se entrelaça com a
natureza e onde o
passado e o futuro se
cruzam em métodos,
línguas, saberes e
sabores. Este fim é
igualmente um lugar de
origem e de reencontro.
É daqui que partimos, é
aqui que nos afirmamos,
com a força da nossa
cultura e a urgência de
uma causa comum, a
sustentabilidade do
planeta e a
solidariedade entre os
povos”, acrescentou.
Em nota de imprensa
enviada à Lusa, a
organização refere que o
festival contemplará
debates sobre políticas
públicas,
sustentabilidade
ambiental, inovação
tecnológica e
resiliência climática,
promovendo “o diálogo
entre ciência, cultura,
sociedade civil e
governos".
O evento contará com a
presença de
representantes de ilhas
como os Açores, Cabo
Verde, Guiné Equatorial,
Madeira e Reino Unido, o
que, segundo a
organização,
"enriquecerá as
discussões, permitindo a
partilha de boas
práticas em conservação
da biodiversidade,
adaptação climática e
inovação social".
"Um dos grandes
objetivos do festival
será promover e
valorizar boas práticas
ambientais nas ilhas,
sublinhando a
importância da
preservação da
biodiversidade e dos
ecossistemas insulares”,
lê-se na nota.
JYAF //
VAMLusa/Fim
