ONU pede rapidez em
investigações sobre
mortes em protestos em
Angola

01.08.2025 -
A Organização das Nações
Unidas refere que o
apelo às autoridades é
para que se abstenham de
recorrer ao uso
desnecessário ou
desproporcional da força
para manter a ordem
pública.
O Escritório de Direitos
Humanos da Organização
das Nações Unidas (ONU)
nesta Quarta-feira, 31,
pediu que as autoridades
angolanas “realizem
investigações rápidas,
completas e
independentes” sobre as
mortes de pelo menos 22
pessoas, bem como as
violações de direitos
humanos associadas aos
protestos desta semana,
segundo uma nota a que a
FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
As manifestações contra
o aumento dos preços dos
combustíveis no país já
levaram à detenção de
mais de 1 mil pessoas,
ressalta um comunicado
citando relatos no
terreno.
A nota menciona imagens
não verificadas
sugerindo que as forças
de segurança usaram
munição real e gás
lacrimogêneo para
dispersar os
manifestantes, “o que
aponta para um uso
desnecessário e
desproporcional da
força”.
O escritório diz
observar ainda que
“alguns dos
manifestantes recorreram
à violência e que vários
indivíduos teriam se
aproveitado dos
distúrbios para cometer
atos criminosos,
incluindo saques a lojas
e vandalismo em diversos
locais da capital,
Luanda”.
A Organização das Nações
Unidas refere que o
apelo às autoridades é
para que se abstenham de
recorrer ao uso
desnecessário ou
desproporcional da força
para manter a ordem
pública.
“Outro pedido é que
estas possam “garantir o
pleno gozo dos direitos
à vida, à liberdade de
expressão, à reunião
pacífica e à associação.
A ONU termina com um
apelo pela libertação
imediata de todos
aqueles que possam ter
sido detidos
arbitrariamente”, lê-se.
O escritório ressalta
que todos os
manifestantes que vão às
ruas para expressar suas
opiniões devem fazê-lo
pacificamente e “as
violações de direitos
humanos devem ser
investigadas e os
autores
responsabilizados”.
Pronunciamento do
Governo angolano numa
publicação feita na sua
conta oficial da rede
social Facebook, o
ministro do Interior,
Manuel Homem, afirmou
que Angola é um país de
paz e de luta,
acrescentando que quem
mais entende o valor da
liberdade é o povo.
De acordo com Manuel
Homem, o Ministério do
Interior tem o dever de
proteger o direito à
manifestação, um pilar
da democracia que se
está a construir com
muito esforço. “Mas
queremos deixar claro:
liberdade não se
confunde com violência.
Queimar
estabelecimentos, atacar
símbolos do Estado ou
ameaçar a segurança de
cidadãos comuns não é
protesto. É crime. E
será tratado como tal”,
advertiu. O governante
sustentou que “estamos
atentos às vozes
legítimas que pedem
melhorias.
E o Governo está a
trabalhar, ouvindo e
buscando soluções. Mas
também estamos
preparados para agir com
firmeza contra quem, por
motivações políticas ou
oportunistas, tenta
mergulhar, sem sucesso,
o país no caos.
Reivindicar é um
direito. Destruir é um
ataque ao futuro de
todos. O nosso
compromisso é com a
ordem, com o diálogo e
com o povo angolano”.
