Diplomatas da CPLP
recomendam suspensão
da Guiné-Bissau após
golpe

08/12/2025
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Em reunião
extraordinária,
realizada há dias, os
ministros dos Negócios
Estrangeiros dos países
lusófonos condenaram a
rutura institucional em
Bissau e exigiram a
reposição imediata da
ordem constitucional.
Os ministros dos
Negócios Estrangeiros da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP)
recomendaram, na última
Quinta-feira, 04, a
suspensão temporária da
Guiné-Bissau da
organização, na
sequência do golpe de
Estado ocorrido a 26 de
Novembro de 2025. A
proposta segue agora
para deliberação dos
Chefes de Estado e de
Governo.
Num comunicado emitido
após a 17.ª reunião
extraordinária do
Conselho de Ministros,
realizada por
videoconferência, os
chefes da diplomacia
lusófona manifestaram
“profunda preocupação”
com a situação política
e institucional no país,
sublinhando que a
interrupção do processo
eleitoral em curso
representa “uma grave
violação dos princípios
democráticos e da
vontade soberana do povo
guineense”.
O órgão recomendou
igualmente a
transferência da
presidência pro tempore
da CPLP para outro
Estado-membro e anunciou
a criação de uma Missão
de Bons Ofícios de Alto
Nível, a ser enviada
para Bissau “no mais
breve período de tempo”,
com o objectivo de
contribuir para o
restabelecimento da
ordem constitucional.
Os ministros exigiram
ainda a “libertação
imediata e
incondicional” de todos
os detidos desde o
início da crise e
apelaram à “retoma
urgente da normalidade
institucional”,
reafirmando o
compromisso da CPLP com
os valores da
democracia, legalidade e
solidariedade entre
Estados-membros.
O golpe ocorreu três
dias depois das eleições
gerais — presidenciais e
legislativas — e um dia
antes da divulgação
anunciada dos
resultados. Tratou-se
das primeiras eleições
realizadas no país sem o
histórico PAIGC,
excluído pelo tribunal,
o que alterou
significativamente o
equilíbrio político.
O partido apoiou o
candidato independente
Fernando Dias, que
reivindicou vitória na
primeira volta sobre o
Presidente cessante,
Umaro Sissoco Embaló,
candidato a um segundo
mandato.
O Alto Comando Militar
tomou o poder, suspendeu
o processo eleitoral e
depôs o Presidente,
levando à condenação
internacional imediata.
A Guiné-Bissau foi
entretanto suspensa das
principais organizações
regionais, nomeadamente
a CEDEAO e a União
Africana.Parte da
oposição tem insistido
na narrativa de que o
golpe teria sido uma
encenação promovida pelo
próprio Presidente
Embaló, alegadamente
receoso de reconhecer
uma derrota eleitoral,
aprofundando o ambiente
de contestação e
incerteza política no
país.
por Forbes Staff
